“Quando eu morava no Maranhão uma colega do meu colégio, um pouco forte, era chamada de bolo de fubá. Ela não gostava desse apelido e se mantinha afastada de todos. Eu sentia muito por ela, pois todos somos iguais e isso não deveria acontecer”, relata Ana Clara Sousa do 6º ano da Escola Municipal Divina Ribeiro Borges, nesta segunda-feira, 09, em que foi ministrada na unidade escolar uma palestra sobre o Bullying pelo advogado João Veloso.

O bullying corresponde à prática de atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, cometidos por um ou mais agressores contra uma determinada vítima, no entanto, entre as crianças e adolescentes acontece bastante com piadas e brincadeiras que expõem o outro ao vexame.

A palestra aconteceu por meio de uma parceria entre as Secretarias de Educação e Assistência Social com o objetivo de levar uma reflexão aos alunos sobre os riscos que atos que parecem  brincadeiras podem ocasionar. Essa temática está sendo debatida em referência ao dia Nacional de Combate ao Bullying lembrado no último dia 07 de abril, quando desde 2006, passou a ser lei, que foi aprovada cinco anos após o massacre de Realengo, tragédia ocorrida em uma escola do bairro carioca, em que 12 crianças foram assassinadas a tiros por um jovem que na infância sofreu bullying.

Durante a palestra, João Veloso, relatou sobre os diversos tipos de bullying, que são o físico; sexual, ocorre mais com meninas; verbal, mais difícil de ser identificado; o psicológico que é uma variação entre o verbal e o moral e pode ocasionar atitudes extremas como o suicídio e o homicídio; o homofóbico e cyberbullying.

O palestrante destacou que há uma grande diferença entre a brincadeira e o bullying, pois na brincadeira todos se divertem e no bullying a vítima sofre. “Aquilo que pode ser uma brincadeira para você pode está ocasionando uma dor na outra pessoa”, enfatizou.

Segundo João Veloso, o agressor, em geral tem uma mente perversa e às vezes doentia; são conscientes que suas vítimas não gostam de suas atitudes. Já as vítimas geralmente ficam ansiosas, insegura e sensível, frequentemente apresenta algum grau de isolamento social. A vítima ainda pode se sentir inferior ao agressor e por vergonha, provavelmente, irá camuflar a situação.

O palestrante ainda relatou que as consequências do bullying pode acontecer a curto e longo prazo, dependem da frequência e intensidade do assédio, bem como das características da vítima; e que muitas vítimas têm vergonha de relatar o caso à família e buscar ajuda.

João Veloso ainda ressaltou que as pessoas devem ser respeitadas independente de qualquer circunstância e de preferência religiosa, política, ou, sexual.